Moçambique e Zimbabwe assinaram quarta feira, 17 de Maio de 2023, em Harare, três Acordos, nomeadamente, de Estabelecimento da Comissão das Bacias Hidrográficas dos rios Búzi, Púnguè e Save; de Acolhimento da Comissão das Bacias Hidrográficas dos rios Búzi, Púnguè e Save e; de cooperação sobre o desenvolvimento, gestão e uso sustentável dos recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio Save para fazer face aos efeitos das mudanças climáticas, que têm fustigado a região austral de África e para a disponibilização de dados sobre o risco de desastres naturais.
Os acordos foram rubricados pelos *Ministros das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, e da Terra, Agricultura, Pescas, Água e Desenvolvimento Rural do Zimbabwe, Anxious Musuka, e testemunhados pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, e seu homólogo Emmerson Mnangagwa*.
Na conferência de imprensa, após testemunharem a assinatura dos acordos, os dois Presidentes foram unânimes nos consensos alcançados, pois, a Cooperação regional chama à responsabilidade aos países para a gestão dos recursos hídricos, aplicando o princípio do uso racional da água, gestão de demandas, melhorando os sistemas de previsão e aviso de cheias e secas, os mecanismos de resposta aos eventos extremos, uma vez que com o advento das alterações climáticas, as secas e as cheias tornar-se-ão frequentes e mais fortes.
Na ocasião, o Presidente Nyusi, referiu que a gestão de água é fundamental, por isso estes acordos devem permitir que se faça uma gestão mais eficaz dos recursos e a construção de infraestruturas de gestão de recursos hídricos.
Por sua vez, Carlos Mesquita explicou a imprensa a importância estratégica que as Bacias Hidrográficas dos rios Búzi, Púnguè e Save têm para Moçambique. É nestas bacias hidrográficas onde construímos a barragem Hidroeléctrica de Chicamba, o Açude de Mavuzi, a barragem de Muda Nhaurire, e s barragen de Gorongosa, empreendimentos vitais para o desenvolvimento económico de Moçambique, pela sua contribuição para o abastecimento de água às populações, produção agrícola, energia eléctrica, fornecimento de água a indústria e preservação ambiental.
Por exemplo na bacia hidrográfica do Rio Save podemos em conjunto mobilizar fundos a implementação de um projecto conjunto num raio de 200 km (100 km de cada lado) onde podemos construir, no Zimbabwe, as barragens de Chipanda Pool com a capacidade de 510 milhões de metros cúbicos e barragem do Chitowe com 50 milhões de metros cúbicos) ambas localizadas a cerca de 70 Km do extremo fronteiriço, sendo que o regime de alocação seria definido durante a mobilização de fundos; E do lado de Moçambqiue um conjunto de açudes que ajudariam a regularizar os caudais e desta forma alavancar o desenvolvimento agrícola e pecuário e não só nas Províncias de Gaza, Manica, Sofala e Inhambane).